Eu parecia estar desolado!
Imaginem: Mão esquerda espalmada sobre a face do rosto, o antebraço ou cotovelo
apoiado sobre a mesa suportando a cabeça levemente inclinada como se fosse uma
espécie de mão francesa, enquanto o olhar se perdia na busca de alguma coisa
que pudesse ajudar na idéia de compartilhar com os amigos, uma idéia prática
traduzida por palavras certas.
Sorridente e elegante como sempre, minha amada esposa Luzia,
disse que estava inspirada a pilotar o fogão, e assim me fazia sonhar com
aquele risoto de camarão, quando na verdade estava me proporcionando de forma
inusitada ou então diferente, uma tremenda fonte de inspiração.
Me lembrei até do Jacaré do Terra
da Gente, figura que até fez um certo sentido naquele instante, apenas que ao
invés da hora do rancho, me fez lembrar desse nosso momento de rache, quando
pesa sobre nós, fazer tudo que é preciso ser feito, e de maneira diferente.
No meu estilo familiar de relacionamento perguntei: Bem..., ¼ de xícara
de arroz dá para uma porção de refeição para dois? Classicamente respondeu: Sim,
se for apenas “pra gente”!
Com isso, as afirmações de Jean Piaget psicólogo do conhecimento, também
se fizeram presentes em meus pensamentos, ao lembrar que afirmou através de
seus estudos, que o conhecimento só faz sentido na vida do homem, quando
permite que algo aprendido numa determinada experiência ou situação, possa ser
aplicado ou mesmo comparado para as diversas situações do seu cotidiano.
Sendo assim, esparramei ¼ de xícara de arroz sobre a mesa da copa,
enquanto a Luzia pilotava o fogão e baixinho cantarolava, ( Ensina-me...
ensina-me ... ensina me a viver...) quando comecei uma contagem por mais de
horas, grão a grão, com a face esquerda do rosto apoiada sobre a palma da mão,
numa espécie de terapia que quanto mais o tempo passava, parecia que os grãos
nunca terminavam.
Imaginem: Mais de 15.000 grãos de arroz! É muito? Mas o que isso significa comparado com uma população de 300 milhões de
habitantes que é o que somos?
Se fossemos pensar que um grão de arroz é desprezível, jamais chegaríamos
a fazer uma refeição saudável. Cada brasileiro representa um grão de arroz, e
porque não dizer que as diferenças representam aqueles que simbolizam o grão de
feijão?
Recomendados pelos nutricionistas, a união desses ingredientes básicos,
representa o combustível que nos move a ter a força necessária que é a nossa
sustentação.
Não dá para admitir que esse
conceito esteja fora do alcance de todos, sobre tudo, da compreensão daqueles
que se julgam poderosos por pura arrogância ou ignorância, desprezando o
graozinho de arroz que somado aos muitos, fazem a diferença nessa nossa
complexa cadeia de valor que toca essa nação.
Seja empresário, seja trabalhador, o ser humano sozinho, nunca chegará a
lugar algum!
À bem da verdade, a união entre um homem e uma mulher, é o apogeu das
maiores emoções, sendo a UNIÃO de ambos o
clássico mais sonhado, o cerimonial repetido por séculos e em todos os status, cuja
sustentação fundamenta-se na mesma simplicidade da química que gera a fusão do prato
nosso de cada dia, muito simples mais igualmente famoso, que é pelo menos “O Arroz com Feijão”.
“Gerir
o que quer que seja, é uma questão de
sabedoria e amor”
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